quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Passou...

Passou? Não o ouvi dizer adeus e sequer o vi acenar de longe. Talvez não acreditasse vivê-lo, talvez não o tenha vivido. Quando o percebo distante, sinto saudade. A nostalgia me envolve e me impede de enxergar a verdade. Dou continuidade ao ciclo. Vivo apenas o vazio, esqueço o "agora" que já se faz “ontem”, o ontem que já se faz “há algum tempo” e que se perde num passado de memórias ao qual me apego, e, me apegando, me esqueço do presente do qual me recordarei amanhã com pesar. Passou? Passou.

Sofia Menegon

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desacreditou-se

Nada mais era visível. O todo se fazia ausente e o vazio constante.
Não se podia alcançar respostas porque já não havia dúvidas formuladas. Era o caos de toda existência inorganizável. A descrença no homem tornou-se a descrença em todo o Universo e tornou-se a descrença em qualquer crença.
Ideou-se o genuíno. Esqueceu-se a fé. Ignorou-se a vida.
E assim se pereceu sem pompa, sem dor, sem lembrança, sem passado.
Assim se inexistiu.

Sofia Menegon

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PoEmAtIzAr

Iterar:
Agrupar, aglutinar,
amontoar.
Fixar, imobilizar,
estacionar,
Mobilizar.
Inebriar, frustrar,
idear, dissimular,
Publicar.
Reiterar...
Revolucionar?


Sofia Menegon