quinta-feira, 26 de maio de 2011
sábado, 21 de maio de 2011
Voz Muda
Não posso ser o que um dia desenhaste em sonho, não tenho os contornos que um desejaste tocar, não falo manso, não sou tão sutil quanto imaginaste. Compreendo a todos, aceito todos, entendo que não sejas como eu, não espero que sejas, não esperes que eu seja. Compreendo sim, mas sinto. Sinto, sofro, desatino. Compreendas-me, é meu apelo. Preciso existir ainda, preciso existir apesar da tua existência, preciso que compreendas.
Não, não sou o que ideaste. Sou aqui, sou agora, sou tudo e, para ti, sou nada. Mas essas são apenas palavras caladas, ainda que dissesse não ouvirias, farias delas outras, farias delas espaços vazios, silêncio.
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