quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cinema da vida

As luzes foram apagadas e insistem em permanecer assim. Não faço mais parte das imagens, não sou mais nada além de uma espectadora que anseia por um fim surpreendente. Não há surpresas. Cenas se repetem, falas oscilam, ausência de cores. O cinema fora silenciado pelo gaguejo da melodia. Um último suspiro antes da cena final e... o filme se reinicia, a penumbra persiste. Calo-me, desisto, aceito. 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um futuro passado, sem graça!

Uma memória, já desbotada, esboçava apenas os traços de um passado que não exigia esforço para ser lembrado. Os tons vivos do presente pertenciam aos jovens. Jovens pintavam informações, pintavam suas mentes sem que a tinta ultrapassasse as linhas delimitadoras. As mãos dos jovens eram firmes. O velho da memória desbotada já tinha mãos trêmulas, já tinha voz trêmula. A memória do velho não absorvia as novas cores mas ele insistia, franzia a testa como se isso tornasse a mente mais aderente. O tempo se incumbira de deixar sua marca, em cada dobra de testa franzida, de olhos espremidos, de sorrisos forjados, o tempo se incumbira de desbotar a memória.
Fez-se do velho, chacota. Sem que se soubesse que o velho fora jovem, sem que se soubesse que o jovem será velho, fez-se piada. Piadas que desenharão traços de um futuro passado sem graça.

Jovem amor

Não há amor mais bonito que o amor inocente, que do corpo não depende.
Não há amor mais bonito que aquele contido numa troca de olhares,
na conseqüente ingênua troca de sorrisos. 
Não há amor mais bonito que o amor entre jovens que se quer sabem o que é o amor, 
que se quer têm pretensão de saber, mas o sentem.