E cada qual chegava a sua maneira...
- Não quero ouvir mais um piu!- disse a mãe que tentava fazer com que o filho parasse de chorar pelos presentes ainda depositados ao pé da grande árvore.
Mais a frente, um grupo de garotas, recém saídas da meninice, transbordavam extravagância em suas gargalhadas desmotivadas ao léu.
Uma senhora cuja idade já devia ter-lhe escapado a memória apoiava-se nos braços da neta que, impaciente, parecia arrastar a pobre velha.
O casal de jovens trocava carícias enquanto admiravam a beleza em cada detalhe de vida que apenas eles, apenas os apaixonados, conseguem ver.
Crianças! Ah, essas não paravam de correr o jardim. Quando se é criança todo segundo tem sabor de último, se brinca como se qualquer instante pudesse ser a “hora de ir para a cama”. Mas não esta noite.
As luzes piscavam em sincronia. Gargalhadas, lágrimas, abraços. Alguém anunciou:
-É Natal, é Natal!