quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Silêncio

A pausa no incessante e incansável movimento translativo do mundo ao qual pertenço, no qual me perco. Não há ruidos, vozes divinas ou qualquer sinal de vida. Silêncio. Aquele que parecia adormecido ressurge de seu sono mais profundo e do qual jamais deveria ter saído. Ele sente as dores de batalhas passadas, batalhas perdidas, batalhas vencidas. Não há batalhas sem sofrimento e ele, ele sabe melhor do que qualquer um. Encolhe ao máximo de sua elasticidade e ainda assim parece estar prestes a arrebentar, e arrebenta, deixando com que escorra seu conteúdo indefinido por entre as portas da alma daqueles que creem  cegamente serem humanos. Silêncio. Tudo volta a girar em velocidade inimaginável. Passamos a ser restos. Restos de vida, restos de sonhos, restos de projetos, restos de alma, restos e apenas restos. Somos ventríloquos de uma marionete que não obedece ao seu mestre. Acreditamos ser possuidores do controle universal que rege a tudo quando, somos apenas, mais um comando de um teclado repleto de botões. Já não sei quem sou. Silêncio. Torno-me parte da quietude de uma mente perdida, no aguardo do primeiro sinal de reencarnação da vida que se foi quando você partiu.
Silêncio...

Um comentário:

  1. Filha querida,
    Como é bom poder ver como vc consegue transmitir em seus poemas, toda a verdade de muitas vidas. Sentimentos muitas vezes aprisionados na alma e que vc consegue aqui expressar..Obrigado por este momento...Te amo e parabéns

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